AS CRIANÇAS COROADAS DO XOPOTÓ

Sinopse
As crianças coroadas do xopotó* Nasci em lugar na zona da mata, lá no alto de São Geraldo. Quando me encontraram, me deram o nome de de um cipó amarelo. Em tupi sou chamado de rio xopotó. O xopotó dos coroados. E esse foi o primeiro nome do meu território. Foram os povos indígenas Coroados, Puris, Cropós que assim me chamavam. Minhas águas passam por toda Visconde do Rio Branco. Muitas águas passam por mim até eu encontrar um rio maior, o rio Pomba. Lá na serra tem a linda cachoeira da piedade. Já em Santa Maria a água é santa. Em mim deságua a tradição, no córrego do quilombo Bom Jardim. Lá plantamos e preservamos tudo que me faz feliz. Já fiquei muito cheio e muitas coisas levei sem querer. “Eu preciso de água”, eu preciso de luz, sol e ar. Não sou lixeira nem nasci pra ser destino do seu número 1 e número 2. Quanto mais o planeta fica quente. Mais eu fico seco ou transbordo em uma enchente. Se o clima está mudando, ouça o que minhas águas tem pra falar. Os mais antigos tem histórias para contar. A partir de agora a moda vai ser me cuidar.
Ficha Técnica

*Poema cocriado em pinturas e mensagens em garrafas recicladas por 12 crianças de 6 a 13 anos no inverno de 2024, participantes da Oficina de Criação de Telegarrafas durante o 5º Festival de Cinema Geraldo Santos Pereira, em Visconde do Rio Branco-MG.